Descubra o que a epidemia atual mostra sobre a evolução do agente transmissor da dengue.

A capacidade de adaptação é uma das características mais importantes para a sobrevivência de uma espécie ao tempo e às mais diferentes mudanças no ambiente. E essa característica o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, tem de sobra, pois mostra uma capacidade imensa de adaptação, o que contribui para a proliferação da espécie.

Mosquito mutante

Atualmente, o Aedes aegypti é capaz de se reproduzir em água contaminada e de ocupar locais antes desfavoráveis para sua circulação, como o ambiente urbano. Entre todas as adaptações que o mosquito foi capaz de fazer ao longo do tempo, os especialistas pontuam três que merecem maior destaque nos últimos anos:

1- Reprodução em água contaminada: Se antes a fêmea do Aedes colocava os ovos somente em água limpa, atualmente há criadouros do mosquito em água contaminada com matéria orgânica e até em água salobra.

2- Ampliação do horário de circulação: Da mesma forma que o Aedes costumava preferir a água limpa para colocar os ovos, também era durante o dia que acontecia a maior circulação do mosquito. A preferência desse período se dava por ser o momento mais quente do dia e pelo gosto da espécie pela luminosidade.

Porém, com o aquecimento do clima de forma geral, em decorrência das mudanças climáticas, o transmissor da dengue mudou seus hábitos e agora circula também em outros horários. Apesar da mudança, fique alerta, porque durante o dia ainda há uma chance maior de ser picado pelo mosquito.

3- Ocupação de locais desfavoráveis à espécie: As mudanças climáticas são fundamentais para que o Aedes seja capaz de ocupar locais antes considerados desfavoráveis para a espécie. Nesse cenário, o mosquito é levado pelo próprio homem para esses novos locais, encontra um ambiente agora favorável e tem facilidade em se reproduzir e se dispersar.

Por isso tem se observado a circulação do Aedes em locais mais frios e mais altos, o que antes era incomum. A circulação da espécie nessas novas regiões pode contribuir (e muito!) para o aumento de casos.

Fiquem atentos e contribuam para o combate à dengue, compartilhando essas informações!

André Mansur Brandão

Advogado

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