Um relato real, direto e contundente sobre algumas verdades que muitos querem esconder.
A história que vou relatar, abaixo, é real e aconteceu, muito recentemente
com um grande amigo e colega de profissão que, obviamente, por motivos de
sigilo, deixarei de dizer o nome.
De plano, já vou adiantar duas coisas.
A primeira é que o que vou contar para vocês deve desagradar diversas
pessoas, que insistem em dividir o Brasil em grupos políticos. Tanto gregos
quanto troianos ficarão insatisfeitos com o relato real que lhes vou narrar, de
uma família que foi fortemente exposta à temida e mortal Covid-19.
A segunda coisa é que, ao contrário de milhares de outras histórias iguais,
que terminaram em sofridas e dolorosas mortes ou sequelas, o fim dessa
história está caminhando para um final feliz.
O que eu vou contar pode até gerar opiniões negativas (ou o já tradicional
ataque de haters). Mas, eu nunca poderia me omitir de narrar algo que pode
salvar vidas, ainda mais vivenciando, de forma tão intensa, o drama de uma
família que conviveu, e ainda convive, com um vírus mortal, que poderia ceifar
suas vidas.
Deixar de contar para nossos leitores, que nos apoiam há tantos anos, essa
dura experiência real, seria ser negligente e covarde. E, na extensa lista de
defeitos que eu possuo, não consta nenhuma das duas palavras.
Apesar de ser a história de outras pessoas, ela será narrada por mim; logo,
escreverei dentro do meu estilo pessoal.
Outro alerta importante é que é possível que as pessoas que nos conhecem
de forma mais íntima identifiquem o nome do colega que passou e ainda
passa pela história, motivo pelo que peço que, se por acaso identificarem os
protagonistas, sejam decentes, mantendo o sigilo que tanto foi pedido, antes
de eu obter a autorização para divulgar.
Vamos ao caso?
Há cerca de vinte dias, nosso colega recebeu a visita de um parente do
interior, alguém muito querido não somente para ele, mas para toda a sua
família. Alguém que não viam desde o mês de setembro de 2019.
A alegria de receber uma pessoa tão querida suplantou o medo que invadiu
os corações e mentes de milhões de pessoas pelo mundo afora, desde que
essa terrível doença assolou o mundo.
A casa desse colega é um lugar muito gostoso. Um imóvel que mistura roça
com cidade, tipo um sítio urbano: muito espaço, árvores; enfim, tudo de bom,
mas dentro da cidade de Belo Horizonte.
No terceiro dia de visita, meu colega relatou que começou a perceber leves
sintomas de resfriado no visitante do interior. Espirros eventuais e uma
pequena mudança no tom de voz.
Esses sintomas, ainda que iniciais, acenderam um sinal de alerta nele, mas
foi imediatamente confrontado pela esposa, que afirmava não passarem de
um leve resfriado.
No quarto dia, os espirros deram lugar a uma tosse seca e um pouco de
febre, que rapidamente foi controlada com antitérmicos. A voz praticamente
desapareceu e, com ela, igualmente sumiu o olfato do parente tão querido.
Não era possível mais negar: algo muito preocupante estava acontecendo!
Como já contei o final da história, vocês já sabem que o visitante do interior,
amigo da família, “testou positivo” para Covid-19.
O que vocês não sabem é o que eu vou narrar agora, de acordo com tudo que
me foi contado pelo meu amigo e colega. Um drama, vivido por ele e sua
família, sem saber como lidar com decisões que poderiam se tornar escolhas
entre a vida e a morte.
SEGUNDO ATO
Conviver com uma pessoa portadora de um vírus mortal, que pode nos levar e
aos nossos familiares ao óbito, de uma maneira bem dolorosa, é
simplesmente apavorante.
Não podemos, contudo, simplesmente devolver uma pessoa querida para sua
cidade de origem, ou interná-la com sintomas leves, porém preocupantes,
apesar do elevado potencial de contaminação.
O que fazer? Uma escolha errada e …
Meu amigo tomou decisões rápidas e eficientes. Isolou o parente em um dos
quartos da extensa residência e procurou deixar a casa bem arejada, como
fazemos em casos de gripes fortes.
Estabeleceu contato com alguns médicos, amigos da família há vários anos, e
começaram a monitorar o “paciente” através da telemedicina. Mas o amigo
doente precisava ser imediatamente medicado, tomar remédios para
combater os efeitos da infecção.
Esta, sim, foi a primeira grande escolha que meu amigo advogado precisou
fazer: que tipo de remédio seria o ideal para tentar combater uma moléstia de
que se sabe tão pouco?
Ainda mais diante da redução gradativa da oxigenação no sangue do visitante
acamado, que se aproximava de 92%, registrando-se que abaixo de 90%
considera-se emergência médica.
Após ouvir a opinião de alguns médicos, a decisão foi tomada, e um arsenal
de medicamentos começou a ser ministrado ao visitante enfermo; claro, tudo
com a devida indicação e acompanhamento de uma competente equipe
médica.
EPÍLOGO
No início do terceiro dia de tratamento, o visitante começou a apresentar
melhoras. A febre havia sumido, a oxigenação subiu para 94, 95% e o quadro
clínico geral melhorou consideravelmente.
Após o quinto dia, a recuperação era ainda melhor. Ainda eram fortes os
traços de ofegância e de abatimento, sendo muito visível a dificuldade de
respirar. A doença atinge fortemente o sistema respiratório, criando grande
confusão mental, devido à baixa oxigenação no sangue.
Com o passar dos dias, contudo, com a ação dos remédios e muito cuidado e
carinho, o visitante foi reagindo, dia após dia, até estar praticamente curado;
tendo, inclusive, feito novo exame – dessa vez sorológico – com resultado “não
reagente”.
Esse poderia ser o final da história. Feliz, como todos gostamos que seja.
Todo aquele que se aproxima da morte, todavia, seja como doente, seja como
alguém a quem cabe decisões sobre a vida de outra pessoa, deve tirar algo
de lição e, principalmente, compartilhar com seus semelhantes a sua
experiência tão dolorosa e sofrida.
O tratamento indicado por diversos médicos, que proporcionou tamanha
melhora ao homem de 55 anos, que havia contraído essa terrível moléstia,
não foi nada menos do que a combinação de hidroxicloroquina, um
corticóide, ivermectina e azitromicina.
Sim, os mesmos medicamentos que passamos meses ouvindo dizer, pela TV,
que não eram eficazes e que não tinham a chamada “comprovação científica”.
O que chamou mais a atenção foi o fato de que vários médicos têm usado
praticamente o mesmo protocolo. Havia alguma coisa que não se encaixava
nesse cenário. As “informações” chocavam-se, entre si, e eu precisa de
entender, de forma mais aprofundada, as contradições existentes entre
protocolos médicos de diferentes lugares e as notícias que recebemos, de
todos os lados.
Liguei, então, para mais de 50 profissionais da área da saúde, em diversos
pontos do Brasil, não somente médicos, mas enfermeiras, fonoaudiólogas e
fisioterapeutas. 53 pessoas, na verdade, de variadas especialidades, cujos
contatos colecionei ao longo de minha vida profissional.
O resultado foi assustador: salvo pequenas variações na dosagem, muitos
usam o protocolo baseado na tão combatida e polêmica hidroxicloroquina. O
combo ministrado no parente do meu amigo, da qual a popular cloroquina faz
parte, tem sido largamente indicado para o tratamento de pacientes infectados
pelo Covid 19.
A beleza da internet e das ferramentas de busca é que, ao contrário da grande maioria das pessoas, elas têm memória.
O próprio Conselho Federal de Medicina, órgão tão prestigiado, indicou a
cloroquina no início da pandemia, como tratamento potencialmente eficaz,
para combater os casos da Covid 19, quando os sintomas ainda se
encontrarem no início.
Poucos se lembram disso, pois fomos metralhados, por todos os lados, por
informações, certamente alicerçadas sobre interesses políticos (ou
mesquinhos), no sentido de achar que essa forma de tratar a doença poderia
ser inócua (não funcionar), ou, ainda, trazer efeitos colaterais.
Sei que muitos dirão que a “base de dados” que utilizo para fazer as
presentes considerações, não tem relevância estatística. Logo, não posso
dizer que o tratamento acima seja eficaz, correto?
Errado!
Apesar de não ter tido a pretensão de realizar um trabalho científico, já que
me faltam tempo e conhecimento técnico para tanto, o que eu fiz foi uma
pesquisa exploratória, com uma base de dados menor, mas bem
abrangente, não sobre os efeitos do combo de medicamentos no tratamento,
mas sim sobre a frequência que os profissionais da saúde o utilizam.
A medicina convencional é baseada na ciência. E a ciência tem sua essência
sobre o que se chama de empirismo, que significa observar, anotar, testar e
concluir. Isso, de forma resumida.
A pandemia que assola a humanidade não dá muito tempo para que todo o
procedimento científico seja realizado da forma ideal, com extensos testes
laboratoriais e anos de pesquisa.
A vida acontece ao vivo. As mortes, também, e acumulam-se aos milhares.
Os infectados, já são milhões e milhões. E, infelizmente, muitas mortes ainda
ocorrerão até que a humanidade possa ver-se livre desse terrível vírus (no
caso de uma erradicação científica), ou que seus efeitos mortais possam ser
minimizados, a exemplo do que ocorre com outras viroses.
O que nos leva à pergunta: quantas pessoas morreram por conta dessa
abordagem política e doentia?
Quantos pais, avós, filhos, irmãos, tios, tias, enfim, quantos entes queridos
tiveram negado o seu direito mais sagrado à vida, simplesmente por conta de
interesses estranhos?
De quantas pessoas foi retirado o direito de tentar?
Fica o questionamento! Fica o relato. Façam o que quiserem com ele. Todos
os dias, peço a Deus para que proteja a mim e à minha família. Mas não me
limito a essas pessoas, a quem sou biologicamente programado para amar.
Rogo pela proteção de cada ser humano, que possa ser acometido por esse
terrível vírus que atormenta a humanidade.
Outro dia, li em um grupo de Whatsapp alguém dizendo que BH era a cidade
do Brasil, com mais de 100 mil habitantes, com menos mortes por Covid. Tal
dado é tão cruel quanto real.
Do ângulo de quem perde um ente querido, pouco importam as estatísticas de
mortes. Cada vida, uma que seja, sempre tem alguém que ficará, em dor e
sofrimento, não somente pelo luto, mas pela forma como essa doença ceifa a
vida das pessoas.
Menos mortes, contudo, é melhor que mais mortes, o que torna a mortalidade
de BH algo, sim, a ser comemorado.
O que eu não posso aceitar é que retirem das pessoas um direito adjacente
ao direito à vida, que é o <strong>direito de tentar</strong>.
Se for da vontade de Deus que eu, <strong>André Mansur</strong>, passe por isso, peço que
sigam exatamente o mesmo protocolo. Deem-me o mesmo composto de
medicamentos que deram ao parente/amigo do meu colega advogado.
Não se retira de alguém os recursos necessários à sua luta pela vida.
Muitos podem dizer que uma tábua de salvação não é a solução ideal, para
se enfrentar o naufrágio de uma embarcação, de um navio.
Mas, quando se está afogando, é tudo que podemos desejar: algo em
que possamos nos segurar, para tentar salvar nossas vidas!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No início da pandemia do coronavírus, e antes de os corpos começarem a se
“empilhar”, não somente a Organização Mundial da Saúde – OMS, mas,
também, diversos especialistas, afirmavam, categoricamente, que o uso de
máscaras seria inútil para o controle da propagação da infecção mortal
provocada pelo Covid 19.
Hoje, o uso de máscaras é mais do que indicado, na verdade, tornou-se uma
exigência moral, legal e de saúde pública em diversas cidades pelo mundo
afora.
Havia um tempo em que, quem usava máscara, eram os bandidos. Hoje, são
os mocinhos.
Já vi, inúmeras vezes, pessoas tossirem sobre as outras, sem tampar suas
bocas. Ou simplesmente espirrando, de forma irresponsável, sem qualquer
cuidado ou preocupação, com o semelhante que receberá aquela carga viral.
Por isso, termino essas minhas humildes e bem-intencionadas considerações,
rogando a todos que usem suas máscaras, por favor. Seja por amor, por
cuidado com o próximo, ou, até mesmo, por egoísmo, já que esse vírus mortal
não escolhe suas vítimas apenas pela idade.
André Mansur Brandão
Diretor-Presidente / Advogado / Escritor
ANDRÉ MANSUR ADVOGADOS ASSOCIADOS