Dívidas ou simplesmente contas a pagar?
Como muitos sabem, a maior especialidade de nosso escritório é a gestão e
equacionamento de dívidas diversas, especialmente as provenientes de bancos, financeiras e as chamadas dívidas tributárias.
Há exatos 21 anos, eu atendia a minha primeira cliente endividada. A parte que mais me chamava a atenção é um fenômeno muito frequente, que acontece até os presentes dias: ela não sabia que estava endividada.
E, o que era o pior, encontrava-se a caminho de uma iminente bancarrota pessoal.
Sim, acreditem!
Diversas pessoas (e empresas) sequer sabem que se encontram em estado de endividamento, o que pode levá-las à sua falência pessoal.
Por isso, quero mostrar para vocês a exata diferença entre as dívidas, aquelas propriamente ditas – que são patológicas, cancerígenas – e os demais compromissos financeiros, que somente se transformarão em dívidas se não forem honrados.
Tudo que compramos a prazo deverá ser pago em um tempo futuro, como o próprio nome indica. A essa agenda de pagamentos damos o nome de “contas a pagar” e não existe nada errado com elas.
Exceto se tais compromissos deixarem de ser pagos, momento em que se transformam nas famigeradas dívidas.
Pode parecer óbvio, mas após 21 anos de experiência na área, seja atendendo pessoas ou empresas, a principal causa de endividamento surge quando nossa capacidade de pagamento é superada pelos volumes das dívidas, acrescidos dos temidos juros e demais encargos.
Minha cliente tinha um salário muito elevado, se considerarmos o padrão do brasileiro comum.
O problema é que, apesar de ganhar bem, ela se endividou de tal forma que seu alto salário sequer era suficiente para pagar os encargos provenientes de suas dívidas.
E foi nesse momento que nosso escritório nasceu, vindo a se transformar em uma das maiores referências nacionais em direito bancário.
Toda vez que conto esse caso, algumas pessoas começam um inútil julgamento, questionando sobre o porquê alguém pode se endividar, mesmo ganhando bem.
A resposta sempre será a mesma: na grande maioria das vezes, as pessoas não se endividam por comprarem o que não podem ter, mas devido a fatores externos e imprevisíveis, como um acidente ou uma doença.
Seja como for, antes de julgarmos as pessoas, vamos olhar nossas próprias finanças?
Será que meus ganhos serão suficientes para pagar meu sustento, o de minha família e os demais diversos gastos e despesas que são tão comuns a todos os brasileiros, como impostos, mensalidades escolares e um custo de vida cada vez mais alto?
E, principalmente, será que estamos preparados para os acidentes da vida?
Pensem nisso!
No próximo artigo, falarei sobre uma das mais doloridas etapas do processo de “cura” do endividamento, que é a fase do diagnóstico. Sim, dívidas são como doenças.
Muitas vezes, graves ou fatais.
A boa notícia é que elas possuem tratamento e, claro, cura, desde que vocês estejam dispostos a assumir que estão doentes e, principalmente, tratarem-se o mais cedo possível.
Antes que a doença assuma o controle do corpo e da mente, levando ao óbito – que pode ser financeiro, moral, psicológico e, até mesmo, real.
Fiquem conosco para mais dicas!
André Mansur Brandão
Diretor-Presidente / Advogado / Escritor