Limpeza de 25 banheiros por dia em hotel garante insalubridade à camareira

Banheiros de hotel têm uma circulação indeterminada de pessoas, o que os diferencia significativamente dos ambientes de limpeza em residências e escritórios.

A 5ª turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) reafirmou recentemente a concessão do adicional de insalubridade em grau máximo para uma funcionária de um hotel responsável pela limpeza de banheiros. O tribunal enfatizou que os banheiros do hotel apresentam uma circulação indeterminada de pessoas, o que os diferencia significativamente dos ambientes de limpeza em residências e escritórios, justificando a decisão.

A funcionária, que trabalha como camareira, relatou que suas responsabilidades incluíam a higienização completa das instalações sanitárias dos apartamentos do hotel, além da coleta de lixo dos banheiros. Em média, ela limpava até 25 quartos por dia, tarefa que considerava insalubre devido ao contato constante com resíduos potencialmente contaminados.

O hotel contestou a demanda, argumentando que a função de camareira não pode ser classificada como insalubre. Baseou sua defesa em um laudo pericial que atestava a inexistência de condições insalubres na atividade descrita. Além disso, o hotel alegou que o número de pessoas utilizando os quartos e banheiros não era suficiente para justificar o pagamento do adicional de insalubridade.

No entanto, em instância anterior, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, com base nas provas apresentadas, que a camareira estava, de fato, exposta a agentes biológicos insalubres em seu trabalho. Dessa forma, decidiu-se pela concessão do adicional de insalubridade, considerando o risco inerente à atividade desempenhada pela funcionária.

No julgamento do recurso no TST, o ministro Breno Medeiros destacou que a jurisprudência da corte é clara em equiparar a limpeza de banheiros e a coleta de lixo em hotéis à coleta de lixo urbano, conforme o item II da Súmula 448 do TST. Esta interpretação assegura o direito ao adicional de insalubridade em grau máximo. O tribunal, por unanimidade, decidiu manter a decisão do TRT, garantindo assim a confirmação do pagamento do adicional para a trabalhadora.

Fonte: Migalhas

Essa notícia foi publicada originalmente em: TST: Camareira que limpava 25 quartos por dia receberá insalubridade – Migalhas

ALERTA: Cuidado com o mosquito mutante da DENGUE!

Descubra o que a epidemia atual mostra sobre a evolução do agente transmissor da dengue.

A capacidade de adaptação é uma das características mais importantes para a sobrevivência de uma espécie ao tempo e às mais diferentes mudanças no ambiente. E essa característica o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, tem de sobra, pois mostra uma capacidade imensa de adaptação, o que contribui para a proliferação da espécie.

Mosquito mutante

Atualmente, o Aedes aegypti é capaz de se reproduzir em água contaminada e de ocupar locais antes desfavoráveis para sua circulação, como o ambiente urbano. Entre todas as adaptações que o mosquito foi capaz de fazer ao longo do tempo, os especialistas pontuam três que merecem maior destaque nos últimos anos:

1- Reprodução em água contaminada: Se antes a fêmea do Aedes colocava os ovos somente em água limpa, atualmente há criadouros do mosquito em água contaminada com matéria orgânica e até em água salobra.

2- Ampliação do horário de circulação: Da mesma forma que o Aedes costumava preferir a água limpa para colocar os ovos, também era durante o dia que acontecia a maior circulação do mosquito. A preferência desse período se dava por ser o momento mais quente do dia e pelo gosto da espécie pela luminosidade.

Porém, com o aquecimento do clima de forma geral, em decorrência das mudanças climáticas, o transmissor da dengue mudou seus hábitos e agora circula também em outros horários. Apesar da mudança, fique alerta, porque durante o dia ainda há uma chance maior de ser picado pelo mosquito.

3- Ocupação de locais desfavoráveis à espécie: As mudanças climáticas são fundamentais para que o Aedes seja capaz de ocupar locais antes considerados desfavoráveis para a espécie. Nesse cenário, o mosquito é levado pelo próprio homem para esses novos locais, encontra um ambiente agora favorável e tem facilidade em se reproduzir e se dispersar.

Por isso tem se observado a circulação do Aedes em locais mais frios e mais altos, o que antes era incomum. A circulação da espécie nessas novas regiões pode contribuir (e muito!) para o aumento de casos.

Fiquem atentos e contribuam para o combate à dengue, compartilhando essas informações!

André Mansur Brandão

Advogado